Você está bem feliz escutando música no carro, quando leva tremenda fechada, pisa no breque pra evitar bater, e de tão forte a brecada, que o seu celular é lançado longe. Você estaciona o carro ainda com as pernas tremendo, e quando pega o celular descobre que a tela está trincada. Resultado: a alegria de instantes atrás se torna numa tristeza, além claro, raiva pelo imprudente motorista que te deu a fechada.
Temperamento forte ou Bipolaridade?
DICAS
Todos temos as normais flutuações de humor: Hora triste, hora feliz. Depois triste, e mais um pouco feliz novamente. Às vezes são acontecimentos externos que nos alegram ou entristecem, outras apenas um conteúdo de pensamento. E assim vamos vivendo como uma gangorra de emoções. Uma "bipolaridade" de emoções.
Mas quando gangorra vira montanha russa, ou seja, as flutuações de emoções são exageradamente intensas, de forma que uma tristeza pode transformar-se em depressão, e logo depois uma alegria pode transformar-se em euforia incontida. E pior: por vezes sem motivos aparentes, e estes extremos de humor tem o potencial de trazer graves prejuízos, não apenas à pessoa, mas bem como àqueles que o cercam. Assim temos o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB).
No entanto, antes de falarmos do TAB, importa observarmos que existem tantas personalidades quanto habitantes na Terra. Há um espectro de personalidades. Porém podemos agrupar estas personalidades, enquanto humor, em 6 categorias:
Antes de tudo o TAB é uma doença. Suas causas ainda não são bem conhecidas, mas existem evidências que, assim como outros transtornos, tenha componentes genéticos e herdados. Portanto um portador do TAB é um herdeiro de uma predisposição genética para o desencadeamento da doença. Mas, bem possível, não ser o único componente, pois mesmos irmãos gêmeos univitelinos (em sua maioria se um irmão é bipolar o outro também o é), não acontece em 100% dos casos. Então existem outros componentes que podem ser propiciadores para o desenvolvimento do TAB. E entre esses sabemos que o estresse é um fator de risco importante. Mas ainda assim uma pessoa com a predisposição genética, passando por forte estresse pode não desenvolver a doença, posto ter uma capacidade psíquica e emocional para suportar e superar.
Existem diversas formas de TAB, espectros, e estudos indicam que podem se manifestar entre 1% até 8% da população. A idade média em que se desencadeia o TAB é entre 20 a 35 anos, mas também existem ocorrências antes e depois destas idades, inclusive em crianças. A prevalência é igual entre homens e mulheres, porém verifica-se que episódios maníacos são mais frequentes em homens e os episódios depressivos mais comuns em mulheres.
Há um fato importante, pois estudos também demonstram que o diagnóstico pode demorar em acontecer, ou seja, podem se passar anos até a pessoa receber o diagnóstico correto e encontrar o tratamento eficiente.
Também temos que levar em conta o estigma da doença, e entender melhor o TAB pode reduzir os julgamentos morais, e que sempre causam mais prejuízos ao portador.
Os portadores de TAB são aqueles que apresentam sintomas de depressão durante algum tempo, e depois mudam e apresentam sintomas de hipomania e mania. Estas flutuações podem demorar dias, semanas ou meses, como bem como podem acontecer várias vezes num mesmo dia.
Os sintomas da fase eufórica ou maníaca são em geral: Irritação, agitação, agressividade, hostilidade. Pensamentos grandiosos, autoestima inflada, pressão por falar, fuga de ideias, desejo de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Comum iniciar vários projetos e não finalizar nada. Distrai-se facilmente, não mede consequências de seus atos. Sentimentos de poder e tudo poder fazer. Pouca necessidade de sono. Impulsividade, envolvimento excessivo em atividades prazerosas, podendo ter comportamentos de risco como, por exemplo, atividades sexuais com vários parceiros e não usar preservativos, ou fazer compras compulsivamente.
Os sintomas da fase depressiva são os mesmos de uma depressão unipolar, tais como: falta de ânimo, perda de interesse por atividades antes prazerosas, humor deprimido, tristeza profunda, perda ou ganho de peso, mudanças drásticas no sono (tanto dormir pouco, como dormir excessivamente), sentimentos de menos valia, fadiga, perda de energia, alterações na memória e/ou na concentração, e por fim, ideias de se fazer mal ao ponto de pensar em se suicidar.
O bom diagnóstico deve ser feito pelos médicos especialistas – os psiquiatras, e existem motivos para tanto, pois devem ser descartadas possibilidades de outras doenças.
As condutas são:
Sob minha ótica e experiência pessoal tratando psicoterapicamente de pacientes bipolares creio serem essas as diretrizes de uma terapia eficiente e eficaz:
Enfim essas são algumas das condutas entre tantas para um bom desenrolar da terapia, e que vão muito além de uma escola ou teoria psicoterapêutica.
O mais importante é o paciente. E os estudos têm cada vez mais demonstrados que a melhor conduta e melhores resultados são encontrados pela conjugação da farmacologia com a psicoterapia.
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